Hierarquia do bem-estar canino
A Camilli Chamone do blog Seu Buldogue Francês e eu desenhamos juntas o que pensamos ser a estrutura que garante bem-estar para os nossos cães domésticos. A hierarquia do bem-estar canino elenca em níveis de importância e possibilidades o que nós, tutores, podemos proporcionar aos nossos cães para que potencializem suas capacidades e habilidades, enquanto indivíduos que são.
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A Camilli Chamone do blog Seu Buldogue Francês e eu desenhamos juntas o que pensamos ser a estrutura que garante bem-estar para os nossos cães domésticos. A hierarquia do bem-estar canino elenca em níveis de importância e possibilidades o que nós, tutores, podemos proporcionar aos nossos cães para que potencializem suas capacidades e habilidades, enquanto indivíduos que são.
A proposta é entender a pirâmide tendo como base, sempre, o seu relacionamento com seu cão. Que tipo de relacionamento você tem? Que tipo de relacionamento gostaria de ter?
Não por acaso, a base da nossa pirâmide traz quase que uma dicotomia relacionamento cão-tutor/independência emocional. Nos nossos atendimentos é sempre absolutamente perceptível duas situações extremas:
1 – O tutor não entende as necessidades do cão e mima o cachorro do ponto de vista humano (parafraseando Camilli: “casa, comida, roupa lavada, amor e boletos pagos!”) e, na maioria das vezes, esse mesmo tutor é aquele que gosta de ficar com muito contato físico com o cão e que, enquanto está em casa, faz absolutamente tudo tendo o cão ao lado;
2 – O extremo oposto é aquele em que o cão e o tutor não têm nenhum vínculo de confiança estabelecido e, muitas vezes, o cão fica isolado da família por não saber se comportar como o tutor gostaria.
Ambas as situações são extremamente tristes, principalmente se pensarmos do ponto de vista do cachorro! Tudo ao que o cão terá acesso deve, por obrigação, ser provido pelo tutor. Entretanto, precisamos nos comunicar e oferecer interações que façam sentido para o cão. Muitas vezes, precisaremos abrir mão da nossa própria dependência emocional para garantir que eles estejam equilibrados emocionalmente.
Já ouvi muitos relatos de tutores que, depois que começamos a implementar as ações para estimular a independência emocional do cão, como por exemplo, não interagir com o cão, nos primeiros dez/quinze minutos ao se regressar para casa… quando o cão passa a estar calmo na chegada do tutor e para de fazer a famosa “festa”, o tutor se sente mal. “É como se ele não me amasse mais… não ficasse feliz ao me ver!”, me disse um deles.
O que acontece é que o cão não racionaliza os contextos como nós e isso pode gerar muita ansiedade para ele, na espera pelo seu regresso, se isso for um evento, ao contrário de ser algo normal, que acontece todos os dias, as vezes, mais de uma vez ao dia!
Então, temos que é fundamental estabelecer um vínculo de confiança, com comunicação assertiva e que faça sentido para o cão, visando suprir as demandas da espécie canina, dentro do contexto social da sociedade humana urbana em que estamos inseridos, e simultânea e urgentemente, na mesma medida, temos que estimular a independência emocional dos nossos cães.
Eles precisam conseguir lidar com as emoções de maneira que estar sozinhos não represente um risco para as suas próprias vidas. Quando um cão não consegue ficar bem sozinho, ele tem alterações fisiológicas que são como se a vida dele estivesse em risco. Já pensou como é sofrido para eles, a cada ausência nossa, sentirem-se como se estivesse na iminência de morte?
Mas, a boa notícia é que é perfeitamente possível trabalhar essa indepedência emocional de maneira gradual, positiva e controlada, no dia-a-dia do cão.
Como? Você já deve estar me perguntando… Usando as demais prioridades da nossa hierarquia:
- Manejo e gestão do ambiente: controlando, habituando e associando positivamente as diversas situações e contextos em que o cão estará inserido, cotidianamente. Uma boa estratégia de gestão do ambiente é a implantação de um espaço de restrição do cão, o que a Camilli chama de “Disneylândia canina”;
- Passeios de qualidade: Todos os dias, as energias dos indivíduos são recarregadas pelo sono e alimentação de qualidade então, todos os dias, temos uma demanda de um certo gasto energético, físico e mental. Os cães não são diferentes. A diferença é que eles precisarão que nós direcionemos as atividades que vão drenar essa demanda. Passeios são fundamentais para o bem-estar de um cão. Mas, o passeio tem que ser promotor de bem-estar e não de estresse. O passeio tem que ser bom para o cachorro poder exercer comportamentos que são naturais à sua espécie;
- Outra maneira de permitir que os cães expressem seus comportamentos mais naturais é através da ferramenta denominada enriquecimento ambiental. O passeio é uma ótima oportunidade de EA mas, é preciso que, ao longo do dia, em intervalos que variam de acordo ocm a necessidade de cada indivíduo, ele tenha estímulos que permitam que ele interaja com o meio do jeito que um cachorro interagiria, na natureza, se não os tivéssemos mantidos no nosso cativeiro doméstico. Se você quiser saber mais sobre EA, clique aqui, e aqui, e aqui.
- A cereja do bolo é a alimentação bio-apropriada. Entendo que para um tutor se convencer de que a alimentação do seu cão impacta diretamente na sua qualidade de vida e bem-estar ele precisa estar buscando compreender sobre o universo canino e aí é bem provável que ele já tenha passado pelas bases dessa pirâmide. Tendo em vista a dificuldade em se implementar de maneira saudável um cardápio de alimentação natural, as rações acabam por ser uma opção mais fácil e que garante a sobrevivência dos cães, ainda que não lhes garantam se expressarem em toda sua plenitude e capacidade de existir. Mas, não posso deixar de mencionar que se não for o seu momento, mantenha a melhor ração que você for capaz de ofertar ao seu cão. Pesquise sobre sua composição. Com certeza existem umas menos piores que a maioria! Mas, não se jogue na proposta de oferecer uma dieta caseira para o seu cão sem orientação profissional. Alimentação bio-apropriada para cães não é resto de alimentação humana, ok?
Bom, foram esses conceitos que nós quisemos resumir nessa ilustração da hierarquia do bem-estar canino. Um não exclui o outro, em nenhum nível. Mas, pensando que precisamos começar de algum ponto, que tal começar entendendo do que seu cão, efetivamente precisa? Como se comunica? Que tal aprender a falar o idioma dele e demonstrar pra ele que ele pode contar com você pra ser o melhor cachorro que ele pode ser?
Você gostou? Quer ajuda para implementar as ações que vão tornar possível você ter um relacionamento melhor com seu cão? Clique aqui, para saber mais.
Gratidão!
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