O que rolou no Seminário “Bem-estar na Real”
Esse post é a transcrição do episódio #016 do Tutor de Pet Podcast em que entrevistei o Fundador da Educãodo - Centro de bem-estar canino, Caio Mansur, sobre o que aconteceu no seminário Bem-estar na Real. Um evento nacional que reuniu os maiores nomes do adestramento positivo, do Brasil.
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Esse post é a transcrição do episódio #016 do Tutor de Pet Podcast em que entrevistei o Fundador da Educãodo – Centro de bem-estar canino, Caio Mansur, sobre o que aconteceu no seminário Bem-estar na Real. Um evento nacional que reuniu os maiores nomes do adestramento positivo, do Brasil.
Falamos sobre o que é bem-estar canino, como avaliar se seu cão está vivenciando bem-estar e muito mais.

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Jacqueline: Então, boa noite! Tá ouvindo bem agora?
Caio: Boa noite! Agora tá ótimo!
Jacqueline: Então, esse é meu primeiro #CaféComTutor, à noite e com convidado.
Eu queria que você se aprsentasse, porque pode ter gente que tá aqui, agora, que não te conhece… pra você contar um pouquinho do seu trabalho… o que você faz… conta pra gente!
Caio: Pessoal boa noite! Primeiro queria agradecer o convite Jacqueline, é uma honra tá aqui participando, poder conversar com seu público, também, como ela já apresentou aí meu nome é Caio Mansur, eu sou fundador da Educãodo. A Educãodo é um Day Care e hotel para cães, né? Creche e hotel. A gente está no mercado desde 2010. Inicialmente, começamos trabalhando com o treinamento de cães, com Dog Walker… eu fui também monitor em Day care para cães ainda, 2013… 2014. Em 2015, a gente inaugurou a primeira unidade da Educãodo, um centro de bem-estar canino. A gente vai falar sobre bem-estar aqui, hoje. E, de lá pra cá, a gente vem desenvolvendo um trabalho aí, o trabalho nosso nos pilares do bem-estar é muito voltado para questões no manejo ambiental, né? Como elevar a qualidade de vida proporcionar o bem-estar para os cães através do manejo ambiental criando uma rotina legal para os cães, dentro do nosso espaço. Basicamente, é isso. Ao longo da Live aí, a gente vai explicando um pouco melhor o trabalho, fazendo um paralelo aí com os conceitos de bem-estar.
Jacqueline: Não por acaso, eu convidei o Caio, uma porque ele tem um centro de bem-estar canino. Gente isso é chique demais, falar né? Eu acho muito bonito! E, no final de semana passado, ele esteve no seminário bem-estar na real, em São Paulo. Infelizmente eu não pude ir! E fiquei, aqui acompanhando os Stories. Na hora que ele chegou, segunda, acho que ele nem pisou na Educãodo e eu já tava mandando mensagem para ele. E eu fiz algumas perguntas, algumas coisas que eu fiquei curiosa acompanhando os stories do pessoal que tava lá e eu fiz pergunta mesmo. Hoje vai ser pergunta e resposta aqui que eu vou fazer para você, pode ser?
Caio: Claro!
Jacqueline: Então, vamos la! Para começar, o que é bem-estar canino, pra você?
Caio: É, a gente… o início do seminário, ali, foi justamente conceituando o bem-estar né? Bem-estar, a grosso modo falando, né? Uma definição mais comum de bem-estar é capacidade do animal, no nosso caso aqui, do cão né? De se adaptar ao ambiente onde ele vive, onde ele está. Então,quando o cão está bem adaptado a esse ambiente, a gente pode falar que ele está vivenciando e experimentando bem-estar. A definição mais usada hoje do Donald Broom, né.. em todo seminário que eu vou relativo bem-estar, passam essa definição, como uma definição mais clara, mais fácil de se entender, que é o estado do organismo, durante as suas tentativas de se ajustar ao seu ambiente. Então, a gente tem algumas maneiras de avaliar, de medir níveis de bem-estar. Alguns deles através de exames, né, pra identificar níveis de cortisol, então, tem um parâmetro ali, se estiver acima disso o nível de estresse tá muito alto, então o cão, provavelmente não esteja experimentando bem-estar. Se estiver dentro desse nível, ele está experimentando. Só que pra gente, no dia a dia, num da pra fazer isso… o que a gente acaba utilizando é análise do comportamento, mesmo né? Observando o comportamento do animal a gente consegue identificar se ali ele ele tá experimentando bem-estar ou se ele está estressado. Para isso a gente precisa conhecer muito bem tanto comportamento natural da espécie, né? Saber se aquele comportamento que ele tá apresentando é típico da espécie dele. Ou se ele tá experimentando estresse, né? Se ele tá apresentando algum sinal… sinais em demasia de estresse. Basicamente, o conceito é esse aí!
Jacqueline: E é engraçado a gente falar desse conceito… Porque os cães são muito adaptáveis, né? Eu percebo assim, muito nitidamente, principalmente tutor falando…”ah! mas, meu cachorro não estraga nada, não… ele passa o dia quietinho, dormindo!” A gente sabe que muitas vezes ele pode não estar só quietinho… ele se acostumou com aquela situação, tá num desamparo aprendido, ali…mas, efetivamente, o bem-estar ele não está vivenciando. E é uma característica do cachorro, né, se adaptar muito fácil!
Caio: É, acho que isso também colaborou muito com a domesticação, né? Do cachorro por ser o animal domesticado, mais próximo e há mais tempo aí… e com uma característica de muita proximidade com o ser humano, e essa alta capacidade de adaptação. Muito parecida com a nossa, inclusive, né? Ele acompanhou essa trajetória toda do ser humano também foi se tornando cada vez mais urbano…migrando menos… então, tinha uma característica muito parecida lá atrás, né? De migração… de busca. Depois, com advento da agricultura, O ser humano foi se fixando em alguns locais, deixando de imigrar com tanta frequência e os animais foram acompanhando isso. Até quando o homem vivia mais em meio rural e mais tarde migrou para centros urbanos… e o cão foi acompanhando cada vezes isso, até chegar hoje na verticalização,né? Então o cão, também, agora ainda tá no processo de adaptação de se acostumar a viver em locais verticais, em prédios. Onde tem um animal, muitas vezes ali, no andar de baixo,ou no andar de cima. Qaundo a gente para pra pensar nisso, da pra fazer um paralelo, com essa capacidade de adaptação dos humanos e dos cães, principalmente de vários outros animais também, mas, sobretudo dos cães.
Jacqueline: Com certeza! Eu tinha até colocado essa pergunta uma outra ordem mas, já que você já falou isso, eu vou te perguntar: Quais são os marcadores que considera, para afirmar que o cachorro está com os bons níveis de bem-estar? Qual que é o comportamento de um cachorro que tem o bem-estar elevado?
Caio: Tà! Aí a gente tem que ver quais são os comportamentos naturais da espécie canina, né? É claro que tem outras formas da gente observar mas, eu no dia a dia da Educãodo, né… na nossa rotina, eu observo… a gente vai observar tanto parâmetros de bem-estar mas, comparando com sinais de estresse. Então se o animal tá no ambiente, eu digo principalmente o comportamento exploratório. Esse é o… vamos dizer assim o pilar principal que eu avalio. Principalmente, nos primeiros momentos, quando o cão ainda tá ali começando a se adaptar… em relação ao quanto esse animal explora o ambiente. Então o cão acabou de entrar no ambiente novo, onde ele não conhece nem ambiente, nem as pessoas, nem os outros cães que estão ali é natural que haja uma elevação desse estresse que é justamente esse início de como eu vou lidar com esse com essa situação.. Eu avalio, principalmente no início, os comportamentos exploratórios, se esse animal, ao entrar nesse ambiente onde ele não conhece nem o ambiente, nem as pessoas, nem os outros cães… inicialmente eu vejo se esse animal tá explorando o ambiente… se ele não fica só no portão acuado, vou fazer a leitura também de linguagem corporal desse animal, se ele vai ficar acuado… como é que tá a orelha, rabo, dorso… linguagem facial, também, de forma geral mas, principalmente o comportamento exploratório, tá? O animal quando está estressado, tenso… muito provavelmente ele não vai explorar o ambiente. Explorar o ambiente é o comportamento natural de vários animais, e dos cães principalmente. Então, se ele começa a explorar o ambiente, né? Colocar o focinho no chão… sentir o cheiro de um cão… de outro… circular por esse ambiente… já é o primeiro indício de esse cão está começando a tentativa de se adaptar ao meio, tá? Então esse é um sinal bem claro para mim! Depois que com o passar do tempo, depois da avaliação, quando começa aquele processo de adaptação, ele vai começar a apresentar outros comportamentos naturais da espécie, como se comunicar com outro cão, começa a se aproximar deles, né? Que o cão também um animal muito sociável, assim como nós humanos! Então é um comportamento bem claro. E depois vem os outros comportamentos, geralmente naturais que são roer,cavar interagir efetivamente com outros cães, não vejo interação necessariamente como brincar… ter contato físico com outro cão mas, interagir cheirando esse outro cão… observando o comportamento do outro cão… circulando no ambiente, explorando ainda que esteja havendo uma atividade que ele não conseguiu se adaptar… que ele ainda não está participando mas, o fato de estar à vontade nesse ambiente, demonstrando, né, estar à vontade nesse ambiente, ao circular por ali… demonstrando estar seguro no ambiente é um dos sinais também que a gente vai observando para ver se tá experimentando bem-estar ou estresse. O estresse é muito claro para gente, né, pela linguagem corporal. O animal evita situações, ficar arfando, né… começa com respiração muito ofegante, mesmo sem ter feito na atividade física. Quem tem cão aí, muito provavelmente, já observou isso… em casa, em passeios… quando o cão tá tranquilo tá cheirando, ali a rua e, de repente, ele muda do modo exploratório para o visual e imediatamente ele começa a ficar ofegante. Então isso fica bem claro para gente que teve uma mudança nele, né… esse cão ficou em estado de alerta… então, basicamente o que eu vejo como ponto de partida é o comportamento exploratório mesmo. Investigar o ambiente através do faro, que é o mais natural para o cão.
Jacqueline: Fazendo um paralelo pros cães, em casa, dos tutores que estão ouvindo a gente agora, seria a mesma questão da exploração… da curiosidade, né… o cachorro muitas vezes… cachorro dorme muito principalmente cachorros adultos, mais velhos. Mas ele tem um período do dia em que ele vai despertar desse sono e vai procurar o que fazer, né? E, se o cachorro não faz nada, não quer dizer necessariamente que ele está em bem-estar… porque ele tá dormindo o dia inteiro… ele pode, sim, estar com esse bem-estar comprometido, né? Ainda que, talvez, não tenha um nível de estresse, concora?
Caio: Exato! A gente tem que observar… vamos começar a falar de algumas definições também, alguns pontos, né… até um tempo atrás, atualmente a gente ainda ouvefalar depois a gente vai entrar mais a fundo nisso… mas, a gente fala das cinco liberdades dos animais… cinco liberdades do bem-estar. Que seria o animal estar livre de fome de sede, animal estar livre de desconforto, o animal estar livre de dor, ferimentos e doenças… o animal estar livre para expressar comportamentos naturais e o animal estar livre de medo e de angústia. Então, a gente tem que observar, nos nossos cães, em casa se ele tá tendo acesso ao alimento e bebida… se ele tá livre de desconforto… se esse cão apresenta algum sinal de que está desconfortável, né? E aí a gente vai… dor, ferimento e doença é um pouco mais nítido para gente, né? A gente vai tocar nele, ele demonstra alguma instabilidade, alguma sensibilidade… então a gente consegue perceber isso com facilidade. Aí, um pouco mais difícil é se ele tá livre para expressar o comportamento natural. Então, depende da nossa ação, né? De criar um ambiente, dentro da nossa casa, que proporcione que ele apresente comportamentos naturais na espécie. Então, vale aí também os passeios que eu considero imprescindível para o cão apresentar comportamento natural. A gente fala muito hoje de enriquecimento ambiental, um termo que, já já a gente pode entrar, também… mas por mais que a gente faça, proporcione enriquecimento ambiental, dentro da nossa casa, que é importantíssimo, eu digo que nunca substitui um passeio. Porque o passeio é um pouco mais de liberdade que a gente dá para animal. E aí ele vai realmente explorar mais ambiente… vai ter muito mais informação olfativa, na rua do que na nossa casa. Na nossa casa, ele obtém todas as informações ali… claro, uma hora ou outra a gente mexe em alimento, em alguma outra coisa… vai aguçar essa curiosidade! Mas, o passeio é o que vai fazer com que o cão tenha muito mais acesso a isso… a gente consegue um pouco mais de liberdade! E medo e angústia, também, a gente tem que conhecer um pouco de linguagem corporal para gente perceber se esse cão tá com medo, dentro da nossa casa… algo que saiu do normal ali que causou esse medo. E o que ele pode fazer diante disso tudo é provisionar algumas situações para que ele tenha… então, tem que estar indisponível água, alimento não o tempo todo mas, tem que estar disponível para atender a demanda do animal. E prevenção de saúde e de comportamentos inadequados, justamente, proporcionando com que ele acesso a formas de expressar os comportamentos naturais da espécie que a gente citou aqui. Então, a gente não é capaz de…deixa tentar definir um pouco melhor isso aqui.. mas, é uma tendência a gente achar que a gente é que proporciona o bem-estar pro animal. Na verdade a gente proporcionar situações pra que ele por exemplo, expresse comportamentos naturais e aí ele vai vivenciar mais bem-estar mesmo, né? Mas a gente tem que ter em mente que essa é uma condição natural… é uma característica do animal, o bem-estar, né? Não é a gente que está proporcionando. A gente vai ajudar ele, criando condições para que ele tenha acesso a isso… provisionando para que ele tem acesso e aí ele vivencie, realmente, bem-estar.
Você falou…acho que era do sono, que eu não entrei muito bem, né? Do cão que fica dormingo muito tempo. É… as pessoas muitas vezes… essa é uma linha meio tênue…por que o animal… o cão dorme muito! Naturalmente, ele dormiria aí entre… mais de 12 horas… aproximadamente,15 horas por dia, seria o mais natural. Às vezes o cão tá dormindo mais do que isso! Pode ser que ele tá tão entediado… não tem nada pra fazer conta dormindo mais do que isso pode ser tá tão entediado, não tem nada para fazer a única coisa que resta é ficar ali dormindo. Então isso não quer dizer que ele esteja experimentando bem-estar. Mas, a gente tem que proporcionar tanto um sono… acho que a Camilli falou sobre isso hoje… eu considero muito importante também… a gente faz um paralelo do humano e do cão… se a gente tem um sono que não é reparador, um sono que toda hora tem algo incomodando a gente… algum barulho que toda hora a gente acorda… isso causa uma irritabilidade e compromete o bem-estar. A mesma coisa o cão: onde ele tá dormindo é um local adequado para um sono relaxante e revigorante? A gente tá dando oportunidade de ter o seu próprio canto, para que ele possa descansar, relaxar ao longo do dia? Então, é também um parâmetro a se avaliar. Ele tá dormindo muito porque ele teve uma rotina adequada… fez passeio… enriquecimento ambiental… atividades cognitivas, também? Ou ele não teve nenhum tipo de estimulação e por isso tá dormindo? Então, depende muito da nossa ação, né? Para identificar isso: o que que eu fiz ao longo do dia? Ele tá dormindo porque ele teve um dia ok? O ele tá dormindo porque ele tá super entediado? Então, o sono também é um parâmetro, né?
Jacqueline: É aquilo que a gente sempre busca… eu falo que a gente busca o equilíbrio… a gente tem que estar sempre nessa constante busca de equilíbrio. Mas, não pode quando a gente chega num ponto que atinge, ficar porque a gente para de evoluir, né? E as coisas estacionam… Então, tem que estar sempre avaliando, sempre revendo alguma coisa, introduzindo alguma coisa nova, buscando alguma informação e a gente tá aqui para isso hoje, né?
Então, vou pra próxima, que eu fico com medo é de tempo!
Eu vi muitos Stories… do seminário bem-estar na real, falando dos três pilares do bem-estar. Que é… eles elencaram: manejo ambiental, modificação comportamental e psicofarmacologia junto com feromonioterapia. Ai, nem embolei! Você pode explicar, pra gente, assim, brevemente um pouquinho sobre esses três pilares?
Caio: Tá! Vamos sim! O seminário abordou esses três pilares… e aí, a gente pode pensar neles… depois eu vou entrar em alguns pontos que foram destacados lá, vou falar um pouco sobre as pessoas também que palestraram, acho bem interessante ponto. Mas, a gente pensando nesses três pilares, o manejo ambiental, a gestão do ambiente, lá no início da vida do animal prevenção de comportamentos inadequados, ou de estresse para o animal. Então se a gente trabalhar de forma perfeita o manejo ambiental proporcionando socialização no tempo correto, ensinando aos cães questões que ele vai se deparar, ao longo da vida, e como lidar com essas situações,né? Então, a gente tem que prevenir muitas coisas, apresentar no tempo certo os estímulos para os animais para gente… se a gente trabalhasse 100% certo, a gente nem entraria nos seguintes, né? Mas, isso é praticamente impossível, do ponto de vista de tutores, que às vezes a gente não tem tanta informação, previamente. Atualmente, é muito difundido. Internet é uma ferramenta excelente para isso porque tá trazendo muito conhecimento até para os leigos. Hoje a gente vê essa mudança, né? As pessoas… até hoje ainda acontece mas com menos frequência, dela dentro de casa e aí ela não sabe muito bem sobre a espécie, o cão apresenta um comportamento inadequado e aí a gente tem que trabalhar a modificação comportamental. Mas, hoje já tem muita gente antes a de adquirir um cão, de levar para casa, ele já tá buscando essa informação. Então cada vez mais a gente vai trabalhar com o manejo ambiental, com gestão do ambiente, para gerir as emoções do animal e menos com modelagem/modificação comportamental. Então, quando não acontece o manejo adequado em algum momento, em algum ponto específico da vida do cão, muito provavelmente ele vai apresentar um problema de comportamento, ou uma questão, né? O cão vai apresentar apresentar algum desvio de comportamento do que a gente considera natural da espécie. E aí a gente precisa trabalhar com a modificação comportamental. Aí entram as técnicas, aí entram os profissionais, né? Eu já trabalhei com a modificação comportamental, como adestrador. Atualmente, no trabalho de day care e hotel a gente trabalha, principalmente, né, o trabalho nosso é voltado para o manejo ambiental. A gente cria uma rotina adequada, com atividade adequadas, com manejo das situações e dos animais de forma adequada. Mas, se o animal já está apresentando algum problema, algum desvio de comportamento a gente direciona para um profissional de comportamento, né, um treinador, comportamentalista que vai trabalhar modificação comportamental, muitas vezes em paralelo com o day care… e aí a gente uma proximidade muito grande com alguns treinadores, justamente para fazer esse acompanhamento e fazer um trabalho casado, ali. E o terceiro pilar que foi muito trabalhado lá é a medicina veterinária comportamental. A gente também ouvir o termo etologia clínica. Que é justamente, quando a identificação por parte de um médico veterinário especialista em comportamento, também é algo novo no Brasil mas, que já tá ganhando uma visibilidade, uma força extremamente importante! Eu acho que o momento é esse assim eu acho que o principal talvez dessa live é a gente tornar público para algumas pessoas que ainda não têm esse conhecimento, eu acho que vai ser muito importante para isso… que é quando o comportamento, aquele problema de comportamento ou algum trauma que o cão tem, causa problema de comportamento muito exarcebado e que o manejo e a modificação comportamental não são suficientes para solucionar aquele caso. E aí, não é só importante como é imprescindível. Muito provavelmente, o cão não vai evoluir senão tiver um acompanhamento do médico veterinário comportamental. Entendam, se você é treinador de cães comportamentalista: o médico veterinário comportamental… ele não tá aí para roubar seus clientes, seu trabalho. Muito pelo contrário, quanto mais próximo você for desses profissionais, melhor para os resultados do seu trabalho. E aí entrando no seminário, o que foi de maior valia para mim é que é os profissionais que palestraram lá… os especialistas em medicina veterinária comportamental… os etólgos clínicos, eles têm a experiência prática da modificação comportamental. Ou seja, todos eles trabalham ali, por ser muito novo e por eles já terem uma bagagem muito grande, eles já trabalharam muito com modificação comportamental. Então, eles conseguem, muitas vezes, identificar que o cão não está evoluindo por alguma falha no treino e eles podem apontar… pedir alguma alteração tendo abertura com treinador ele vai poder também propor, saber o que que é treinador tá trabalhando… ver se ele considera aquilo aquilo… Se eles estão alinhados nos nos processos devem ser adotados pra modificação comportamental..E só se ele perceber que isso realmente está bem ajustado e que precisa ainda assim de um medicamento, né, de um psicofármaco é que ele vai fazer essa indicação e também o psicofármaco sozinho não solucione. Então, o treinamento nesses casos sozinho não vai evoluir mas, ele não vai deixar o treinador de lado porque também só o psicofármaco não vai solucionar. Então, é um trabalho que precisa justamente dos três pilares: o manejo do ambiente para o cão não ser exposto desnecessariamente a situações que ele vai apresentar uma reatividade, por exemplo. Precisa ser trabalhadas as questões comportamentais, ne? Dessensibilização, contra-condicionamento. E o terceiro pilar entrando com psicofármaco para auxiliar nesse tratamento. E aí elas deram vários exemplos práticos lá de casos que elas já pegaram. Casos que deram certo justamente porque foi trabalhado essas três pontos em conjunto. Então, o seminário foi para abordar… com essa abordagem aí: os três pilares para que os cães possam realmente vivenciar o bem-estar. No caso lá, foi Cães e Gatos, né? Tivemos algumas palavras também sobre silvestres mas, a ênfase principal era com cães e gatos porque é onde tava a maioria das pessoas que estavam participando do seminário.
Jacqueline: Entendi! E a farmacologia, ela necessariamente precisa do veterinário prescrever mas, a feromonioterapia também? Não, né? Como é que chama?
Caio: Deu branco só porque você perguntou!
Jacqueline: É o irmão canino do feliway… adaptil!
Caio: Isso! adaptil! Tem algumas formas de apresentação do produto. Mas, a feromonioterapia não precisa da prescrição do médico veterinário comportamental. Porém, você precisa de ter um mínimo conhecimento sobre como funciona os feromônios sintéticos, no caso, né? Eu acho complicado! Depois a gente pode falar algum texto… alguma coisa sobre feromônio, para entrar mais a fundo mas, ele não necessariamente precisa de uma indicação do médico veterinário comportamental. Provavelmente, se chegar até ele, ele vai fazer indicação para casos específicos, tá? Mas, não é necessário indicação para uso. Precisa saber utilizar. Então, se o profissional tá utilizando, não adianta você ir lá e borrifar o feromônio onde o cão tiver… pode até ter um efeito contrário. Então, preciso de um tempo para o para ele agir no ambiente… a gente só vai colocar o animal depois de 15 minutos de aplicação do feromônio. Mas não é necessário a identificação do Veterinário pode fazer a utilização na nossa rotina, sabendo como utilizar.
Jacqueline: Ótimo! Posso seguir?
Caio: Sim!
Jacqueline: Eu acho que você já falou… essa pergunta: O que você acredita que não pode faltar na rotina de um cachorro, para ele ter bem-estar? Seria o passeio?
Caio: É! Oh!Eu acredito muito… tem até algumas pessoas até que tentam reduzir a importância disso. Mas, eu acredito sobretudo em atividade física. Adequada, claro a cada idade, ao porte, à raça do animal, né, para saber a capacidade física daquele animal. Mas, eu acredito muito em atividade física. Por isso, também, que eu apoio tanto o esporte que eu acredito que uma atividade física de alta intensidade, claro, para aqueles animais que estão preparados pra isso… que podem participar disso! Porque alguns hormônios são liberados através de algumas atividades de alta intensidade, então por exemplo endorfina tá muito ligada a atividade física de alta intensidade. Ajuda muito também em criar um… fortalecer o laço com o tutor, né? Então, tanto o passeio em si… esportes com cães porque vai trabalhar lado cognitivo, vai trabalhar a parte física, vai trabalhar laço com tutor. Então, eu particularmente gosto muito da atividade física com o cão. Caminhada é uma atividade física também então, se o cão ou o tutor só pode fazer uma atividade física de caminhada… se for uma caminhada mais curta ou mais longa… enfim, atividade física eu considero imprescindível. Sono de qualidade. Desenvolver o lado cognitivo do animal, né, proporcionar desafios para ele, dentro do que ele está preparado para encarar. É, eu queria até fazer um parênteses, nesse momento, falando de bem-estar em relação ao estresse: Muitas vezes, a gente trabalha pensando que o estresse é algo totalmente negativo, que tem que ser evitado a qualquer custo. Sim! A gente não vai colocar o cão em situações de estresse desnecessários. Porém, o stress está presente para gente conseguir elevar o nível de bem-estar do animal. Vamos dar alguns exemplos práticos: Dra. Cristiane Pizzutto, que é da palestrantes, lá… uma referência nacional, principalmente em animais silvestres. Ela deu um exemplo… se eu não me engano, era um orangotango… agora eu não tô lembrando exatamente qual era… Mas, que vivia em um recinto totalmente pobre, o tempo inteiro no chão, não tinha um local… não tinha lugar para de subir, esse animal vive 80% dele em cima de alguma coisa, pendurado, subindo na árvore e ele não tinha nenhum acesso a isso. E aí, ela implementou uma série de itens, nesse espaço, criou como se fosse uma árvore artificial… uma coisa muito bacana! E o que que ela quis mostrar com isso? Que foi medido o nível de cortisol, logo em seguida quando foi colocado esse item de enriquecimento ambiental, lá. Então esse animal passou a passar muito… Praticamente todo tempo dele em cima, pendurado. Porém, o nível de cortisol subiu, nesse momento. Mas, depois com a habituação ele caiu a um nível abaixo do que ele tinha antes desse item ser colocado ali. Por que que isso acontece? Porque antes do período de habituação. Então o animal tem algo novo, ele se depara com uma novidade, mesma coisa do cão que entra primeira vez no ambiente de day care: O estresse acontece e quando ele se habitua, ele experimenta um bem-estar muito maior. Mas, até ele se adaptar àquela nova situação, o estresse se eleva. A mesma coisa acontece com filhote de cão no início do desmame: não é algo super legal para ele. Mas, é algo super necessário. Então, quando é necessário estresse vai estar presente. Quando a gente coloca qualquer item de enriquecimento ambiental mesma coisa. Então, se esse cão começou o desmame, a mãe começou a tirar ele ali… não permitir que ele me ame mais…. vai afastando ele, claro, de forma gradua,l de forma positiva, de forma natural também, né? A mãe vai fazer isso de forma natural! Às vezes a gente fica tentando imitar a mãe do cachorro com alguns comportamentos e a gente não vai conseguir isso de forma tão objetiva quanto a mãe. Mas, há um estresse que o animal vai se adaptar àquela nova situação. E estando já mais maduro e adaptado ele vai viver mais bem-estar do que um animal que não passou para aquele processo e que continua a vida inteira sem.. é… procurando uma coisa que nunca vai obter. Então, o estresse é parte necessária para que o cão vivencie mais bem-estar. Mas, claro que isso tem que ser feito, quando necessário, com uma função. Então, tem uma função! Eu tô colocando em item de enriquecimento, eu tô levando um cão para fazer uma avaliação num day care, porque o tutor vai viajar, ficar ausente. Ou seja, pra esse cão não ficar sozinho em casa, que seria um estresse muito maior, ele passa por um período de adaptação onde vai haver, sim, estresse. Claro, controlado! Depois, com a habituação esse nível de estresse abaixa e ele começa a experimentar bem-estar em níveis mais elevados. Então, é importante a gente citar isso aí. Claro que a gente não vai fazer, muitas vezes há uma confusão é: “ah, a gente tem que lidar assim com o cão porque não é natureza é assim!” A gente não vai expor ele a estresse desnecessário com broncas, com metodologias de treino que incidam em medo, em dor, em desconforto desnecessariamente se a gente pode obter um resultado tão bom ou até melhor, com outras técnicas que não utilizem do estresse para chegar lá.
Jacqueline: E eu acredito que ele vá ficando, cada vez mais… reduzindo mais esse tempo que ele tem de estresse, à medida que ele percebe que ele vai se adaptando, realmente, né? Então, o estresse que hoje era muito, amanhã já vai diminuindo… quando ele é apresentado a coisas novas.
Caio: Exato! Habituação!
Jacqueline: Com certeza, vai ser muito mais equilibrado emocionalmente, né?
Caio: Exatamente! É uma preparação na fase adequada da vida do animal para que ele se habitue àquela nova situação. E aí aquela questão: é a capacidade do animal se habituar a uma nova situação ou ambiente, né, que é a definição do bem-estar.
Jacqueline: O tempo, né? O tempo que ele tem de resposta ali que eu acho que faz a diferença, né?
Caio: Exato!
Jacqueline: Que é a socilização que você já falou, né?
Caio: Sim!
Jacqueline: De pergunta, vai ser só mais uma aqui, oh! Que você, também, já trouxe para a gente… que é importância de dividir isso aqui na internet. Essa nova dinâmica, essa maneira de interagir com o mundo, né? Que a gente tem tanta informação muito boa quanto informação lixo, o tempo todo. A gente, às vezes, nem tá buscando e já recebe, né? Como que você vê o papel de nós, que trabalhamos com os cães e vir a público trazer essas informações… qual que a importância disso? E da gente tirar do “cientifiquês” e trazer para o usual, né? Porque o tutor… quem tá aqui seguindo a gente, a maior parte é tutor e pra eles que é uma coisa muito nova a gente pensar sobre a perspectiva do cão. Como que você vê essa dinâmica nova de interação?
Caio: Maravilha! Isso inclusive foi um dos pontos da última palestra do Dalton que foi sobre o futuro do profissional que trabalha com bem-estar. Tanto ele quanto algumas outras palestras foi falado justamente sobre o nosso papel, né? Eram mais de… cerca de 200 espectadores lá. Tutor era quase ninguém. Então, profissionais, né? Então, seja de comportamento, Day care, Pet sitter, dog walker… tinha, é, e em grande volume…. é um público bem bacana, com nível de conhecimento legal! Pessoas que já estão há um tempo no mercado. E foi falado justamente sobre o nosso papel porque muita gente conheceu sobre comportamento, através da mídia. Mas, sob uma visão equivocada! E aí a gente tedo tantas pessoas lá presentes, a necessidade da gente se expor. Da gente levar o que foi colocado lá… e as informações que já tínhamos. previamente… a importância de levar isso a conhecimento público. Seja para os nossos clientes, no dia-a-dia, que as pessoas que a gente tem um contato mais direto. Seja através disso aqui: da internet. Então, tanto a gente colocar o máximo de informações técnicas, com uma linguagem acessível para leigos, para tutores, para iniciantes. Porque não tem outra forma da gente mudar o cenário, né, a não ser com informação. Então isso foi muito… foi colocado de forma bem incisiva, lá, sobre essa necessidade. É papel nosso, como profissional, não só trabalhar o animal como levar informação de qualidade, de forma respeitosa… eu bato muito nessa tecla, ne? De que se a gente quer passar uma informação… quer convencer alguém de algo, se a gente for pelo embate, criticando o ponto de vista do outro, muito provavelmente ele vai fechar os ouvidos para nossa informação. A partir do momento que a gente escuta essas pessoas. Entende porque que elas pensam assim, e dialoga, elas se abrem para entender o que é que a gente tá querendo passar. E aí com embasamento científico e com demonstrações práticas não tem como a pessoa não se abrir, não levar pelo menos a uma reflexão que pode levar a mudança de paradigmas e de ideias que ela tinha. Que aconteceu comigo! Provavelmente, aconteceu com você! Quem tá aí há mais cinco…. próximo de 10 anos de mercado, muito provavelmente já trabalhou com metodologias que hoje não são aceitas… já foram… entendeu? é isso! E provavelmente, gente a ficou sabendo porque alguém trouxe essa informação, de algum modo para gente. Então, agora é a nossa vez também de fazer isso em prol do bem-estar e da qualidade de vida para os animais.
Jacqueline: Para os animais e para os seus tutores, né? Porque as outras metodologias elas resolvem pontualmente mas, não a longo prazo. Então, acaba que o estresse na família volta do mesmo jeito, a situação não se resolve, ninguém aprendeu nada, ninguém evoluiu e acho que a gente tá aqui… eu fico muito feliz…. fico animada e empolgada de ficar falando disso… se deixar, a gente vai longe! Tem mais alguma coisa que você queria falar? Você falou que queria falar dos profissionais… você mencionou a Pizzuto… Dalton…
Caio: Isso! Eu tô com a programação do curso aqui. Vou falar sobre pontos específicos… você pode me parar qualquer hora para fazer perguntas, também… mas, alguns pontos que eu acho que são interessantes destacar aqu,i do que foi colocado lá. Alguns pontos até de situações que eu, tudo bem que atualmente não trabalho com modelagem/modificação comportamental… então talvez eu tenho ficado um pouco desinformado, não me atualizei tanto… mas eu conversei com as pessoas estavam meu lado assim, alguns profissionais bem atualizados, referência até para mim… alguns pontos eu perguntei: “você sabia?” e ele: “não!” Usava alguns protocolos que não são mais usados e que nem mesmo a gente sabia. Então, vou tentar fazer um apanhado geral, aqui. A palestra de abertura foi Dra.Cristiane Pizzutto, procurem aí por essa profissional, é inspiradora! Já é a terceira ou quarta palestra e todo mundo sai muito inspirado! É maior referência em bem-estar animal e enriquecimento ambiental para silvestres, no Brasil. E com a Dra. Juliana Damasceno que é especialista em felinos. Elas conceitual ali não tem nada que eu preciso colocar agora, lá foi muito essa questão dos conceitos. Tiveram convidados especiais que é o que que elas faziam de melhor e que é destaque na metodologia de trabalho. Então, uma falou sobre manejo ambiental, segundo sobre modificação comportamental e terceira sobre medicina veterinária comportamental. De manejo ambiental foi a Ana Paula que tem um day care, lá em Ribeirão Preto, que é uma amiga minha… a gente já participou de alguns estudos juntos. E aí ela falou da importância do manejo né, num day care que a base. A Carolina Jardim da Turma do Focinho também é parceira nossa, uma pessoa também quem não conhece segue aí, que tem muito conteúdo bacana… ela contou a história dela do treinamento com cães surdos e ela tá fazendo um trabalho pioneiro e de ensinar o cão através leitura labial. É lindo de ver! Acompanhem aí que é uma coisa muito bacana! E depois a Lígia Panachão, do Pet no Divã, também contou experiência dela com medicina veterinária comportamental. E todas as pessoas são muito técnicas, acadêmicas mas, com bagagem prática, no trabalho. Então, não são pessoas que ficam só na pesquisa. São pessoas que executaram isso na prática, também. Depois do dia seguinte, foi aplicações dos conceitos de bem-estar no condicionamento de animais silvestres, em cativeiro. E aí é muito legal principalmente para quem ainda trabalha com metodologias aversivas, porque se consegue treinar um gorila de, sei lá quantos quilos, a colocar o braço para tomar uma vacina através dessensibilização, de habituação, por que que a gente precisa forçar um cão pra conseguir qualquer coisa dele. Teve um vídeo que ela colocou lá, de um elefante que entra no consultório, deita, coloca a cabeça sobre uma chapa para tirar um raio-x. Então se tivesse sido utilizado qualquer método que envolvesse dor, medo, aquele elefante não faria aquilo. Poderia matar qualquer um ali! Então foi muito legal da gente observar isso também na prática.A Dra. Juliana Damasceno depois falou sobre aplicação de bem-estar pra felinos. É um mercado está crescendo de forma exponencial, no Brasil. Mas, é uma tendência mundial! Foi apresentado inclusive um gráfico de locais em que já tem mais gatos do que cães, nos domicílios.
Jacqueline: Eu sou comportamentalista canina, tenho dois gatos e um cachorro!
Caio: Há um tempo atrás, eu nunca pensei em ter um gato, já é um realidade, ne ?! E isso vai acontecer muito mais… e a importância de mais gente se formar se capacitar pra trabalhar com felinos, porque o gato não é tão, uma linguagem mais mais clara, mais acessível, não é tão domesticável quanto o cão. Então, ele tem algumas características que vão… que necessitam um conhecimento muito profundo sobre a espécie para a gente saber lidar… a gente já sabe que vai acontecer de muitos gatos apresentando problemas de comportamento e esse profissionais vão ser cada vez mais importante na prevenção e no tratamento desses problemas. Então, teve o Renato, em seguida falando, de atualidades e tendências do bem-estar para cães domésticos. Uma pesquisa que ele fez, no Kosovo, de observação de comportamentos naturais de cães, num ambiente pós-guerra. Ou seja, muitos cães na rua… é mais fácil da gente observar um pouco mais próximo do comportamento natural, cão solto, cão em liberdade, do que o cão, em casa que sofre com muito mais pressão… muito mais influência humana, né? Depois outro ponto que eu considero primordial para essa Live também, foi a palestra de Leonardo Ogata, da Tudo de Cão. Ele falou sobre adestramento positivo e a sua influência no bem-estar animal. E aí vai um ponto que ele tocou, de uma percepção dele, depois de muita análise e reflexão, sobre porquê que ainda se utiliza treinamento aversivo e porque tanta gente já mudou para o treinamento positivo. E a reflexão dele é sobre o motivador no treino. O treinamento positivo a nossa motivação é por compaixão aos animais. E quando a gente trabalha com aversivos, muito provavelmente seja por julgamento. Então, a gente julga aquele comportamento. Então, ao julgar, a gente quer simplesmente que ele pare de acontetcer. A gente não se importa com as causas. A gente quer é atender a demanda do tutor, que quer aquele comportamento para a qualquer custo, que a gente julga que ele tá fazendo aquilo para provocar a gente, para evitar a gente, então como julgadores, a gente quer através da força fazer com que aquele animal pare. E, quando a gente trabalha com treino positivo o motivador é a compaixão. A gente se preocupa com porque daquele animal está apresentando aquele comportamento. O que que tá faltando para aquele que animal? O que que aconteceu? Ele teve um trauma e ele tá apresentando aquele comportamento? Então a base é o bem o bem-estar. Eu preciso buscar elevar o bem-estar daquele animal, principalmente. E aí, melhorando a rotina,a qualidade de vida do animal, eu posso também trabalhar modificação comportamental. E aí eu tô preocupado com a causa. O que que tá acontecendo com esse animal? Qual a emoção por trás daquilo? Acho que essa frase foi no final do Sábado, eu sai muito tocado pela percepção… percepção e a gente começa a ver que é isso mesmo assim. Eu tive esse problema quando eu só conhecia o treinamento que utilizava muito aversivo, de começar a me questionar, “pô, eu vim trabalhar com animais pelo interesse… pelo amor que eu tenho pelos animais. Se eu preciso ficar entrando em confilto toda hora… preciso trabalhar na base da força” começa a perder um pouco o sentido. E aí, quando você encontra uma metodologia que está alinhado com seu modo de ver as coisas, com a compaixão que você tem pelos animais, a coisa flui de uma maneira muito mais natural e o resultado também muito mais interessante. E no domingo, teve duas palestras da Juliana Gil e da Daniela Ramos da Psicovet, também pessoal pode seguir aí. E muito interessante isso, a Daniela Ramos é uma referência nacional, no meio acadêmico, inclusive internacional… tem muitos estudos que ela fez internacionalmente. E ela tem isso que eu falei, há um tempo atrás, a prática de modificação comportamental, de trabalho como treinadora de cães, de comportamentalista… tem anos que ela tá aí no meio acadêmico. Então, não é uma pessoa que foi lá, que tá ali só no estudo, na academia… a pessoa que está na prática também do dia a dia. Então, isso tem muito peso para quem tava ali assistindo. Tira um pouco desse julgamento. Não! A pessoa tem experiência também pratica do negócio. E ela falou da importância da medicina veterinária comportamental, no bem-estar. E a Juliana falou sobre a medicina veterinária comportamental no mundo… como vem evoluindo… que já é feito lá que aqui tá chegando agora. Tamo começando a engatinhar. Mas, enfim, o importante é que tá acontecendo que elas estão se tornando mais acessíveis para a gente também, né? Depois teve uma roda de perguntas e respostas. E a última palestra foi do Dalton, fundador da Pet Games, também um profissional que eu admiro muito! E o Dalton faz produtos para elevar a qualidade de vida dos animais. Então ele falou sobre o futuro do profissional que trabalha com Day care, já tô aqui nesse nesse assunto, que que ele acredita. Ele vê um oceano azul muito amplo para quem trabalha com comportamento animal, porque isso vai se tornar cada vez mais necessário, e cada vez as pessoas vão entender mais a importância. Então eu saí do seminário assim, bem tocado! Muita informação que a gente já conhece… e voltando aquilo que eu te falei de novos protocolos, geralmente é muito comum, principalmente quem tá assistindo aí, e tem muita gente que passa por isso, que é a ansiedade por separação. Primeiro a gente tem que saber fazer um diagnóstico correto mas, muitas vezes aí vou te perguntar talvez até você, também, acredito que ainda utilize isso…um dos pontos nos protocolos para fazer essa modificação comportamental utilizados, pelo menos até pouco tempo atrás, era você. o cão fica ansioso quando você vai sair de casa. E aí que que você faz? Você tenta dessensibilizar, fingindo que vai sair de casa, se aprontando para sair fingindo que vai sair e não saindo. Porque a ideia é dessensibilizar o animal à sua saída. Mas, alguns estudos relativamente recentes mostraram que você expor o cão a situação estressora, que é você sair de casa, gera estresse nesse animal. Então, você precisa é criar independência emocional, nesse animal. Mas você não vai ficar colocando ele no evento em que ele apresenta o estresse. o tempo todo. Então, hoje já tá deixando de ser utilizado esse protocolo de você arrumar pra sair de casa porque você tá colocando animal naquela situação de estresse mas, na verdade ao colocá-lo nessa situação você está gerando mais estresse desse animal. Então, o protocolo hoje é muito mais voltado só pra aquela parte que já era feito também de você criar independência emocional, no animal pra você atingir esse resultado. Então é um ponto que para mim foi novidade e para algumas pessoas que eu conversei ao redor, também ainda utilizavam e já foi um ponto de reflexão. Então se foi lá para escutar essa informação e mudar esse protocolo já valeu mas, teve muito mais informação de qualidade lá.
Jacqueline: Camilli fala muito dessa independência, né, da diseylândia e tal… e eu vejo assim… gente! Nosso tempo tá acabando… Caio, nós temos quatro minutos… se você tem mais alguma coisa pra falar, você fala…
Caio:Não! Para mim, é isso! Tá tudo certo!
Jacqueline É isso aí eu fico louca louca louca de ver quanto que a gente tem para evoluir através dos cães, né? Nós enquanto seres humanos…isso que você falou da gente querer impor a nossa vontade… quando você força seu cachorro a andar do seu lado, ali junto, com a cabeça erguida não é pro cachorro, para você! Pra você se mostrar, que o seu cachorro faz o que você manda, que seu cachorro te obedece… e que bom que a gente tá evoluindo nesse sentido de que a humanidade vai chegar nesse ponto, ninguém precisa botar força para ninguém!
Caio: Exercício de empatia,né?
Jacqueline: Empatia!
Caio: Ver o mundo pelos olhos de cada espécie, para saber quais são as necessidades delas, né?
Jacqueline: Te agradecer muito, muito, muito, pela disponibilidade!
Caio: Eu que agradeço aí pelo convite! Por poder passar um pouco do que eu aprendi lá, nesses dias e também da minha experiência aí com Educãodo. Tô à disposição e quem quiser também depois mandar pergunta no privado, tanto para Jacqueline quanto pra mim, a gente vai conversando, quanto mais a gente puder passar de informações, aí, de esclarecer, também direcionar vocês para profissionais competentes é o que a gente tem como intenção aqui, hoje, né?
Jacqueline: Com certeza!
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